sábado, 26 de abril de 2014

DÉCIMAS - MATIAS JOSÉ

«Eles comem tudo...
E não deixam nada!»

MOTE

Esta mascarada enorme
Com que o mundo nos aldraba,
Dura enquanto o povo dorme,
Quando ele acordar, acaba.

António Aleixo

Glosas

Demora esta gente pra acordar
Começa a ser grande o desleixo,
Ó grande poeta António Aleixo:
Quando vai o povo despertar?
De norte a sul ouço protestar
A desigualdade é enorme,
Muitos no país já passam fome
E uns poucos a enriquecer,
Só mesmo tu não queres ver
Esta mascarada enorme!

 
Promessas são aos centos
Em vésperas d’ eleições,
Esses enganosos camaleões
Logo esquecem os juramentos.
Começam por faltar alimentos
Triste carência em nós desaba,
E ainda quem de tal se gaba
Com tantos a ganhar menos…
Sofrem mais, os mais pequenos,
Com que o mundo nos aldraba.

3ª 
Podes enganar muitas vezes
Mas não o tempo todo...
Deixar atolados no lodo
Sempre os mesmos fregueses?
A mentira tem seus revezes
E saciada, já pouco come,
No dia em que se transforme
E desperte do sono profundo…
Esse mau estado moribundo
Dura enquanto o povo dorme.

4ª 
Nada é certo eternamente
Eis uma verdade ‘la Palice’,
Cair sempre na mesma idiotice
Não se caie seguramente.
Um idiota quando nos mente
Deixa escorrer saliva e baba,
E pra que ninguém disso saiba
Engole seu cuspo nojento…
Enganas o pobre sofrimento,
Quando ele acordar, acaba!

Matias José

2 comentários:

Anónimo disse...

Fazem jus ao mote. Décimas de excelência!

Anónimo disse...

Mais uma vez te digo...........

Para quem diz não saber fazer décimas..............

Obrigado!