quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

POESIA - SANDOR WEORES

O poeta húngaro Sandor Weores nasceu em Szombathely, a 22 de Junho de 1913. Fez os seus estudos na Universidade de Pécs e a sua tese de doutoramento foi sobre «O Nascimento do Poema», publicado em 1939. Partiu para Budapeste em 1951 onde se estabeleceu definitivamente. No período Stalinista entre 1948 e 1953, e nos anos seguintes até 1964 pouca obra publicou. Foi igualmente tradutor para a língua húngara de notáveis como Shakespeare, Edward Lear e Lewis Carroll. Sandor Weores faleceu em Budapeste, na Hungria, a 24 de Janeiro de 1989.
Poet’anarquista 
Sandor Weores
Poeta Húngaro
SOBRE O POETA...

O mundo poético de Sandor Weores tem fascinado leitores na Hungria desde que começou a publicar poemas em 1928, com a idade de 15 anos. Hoje ele é considerado um dos maiores poetas da sua linguagem e um dos maiores poetas europeus do século - «um poeta altaneiro», como o descreveu Ted Hughes. 

A seleção extensa primeiro em Inglês do seu trabalho, a faixa fenomenal de Weores e a inventividade, são espelhadas em traduções vigorosas por poetas britânicos e americanos, principalmente Edwin Morgan e William Jay Smith, que também escreveu sobre o seu conhecimento e experiência da poesia Weores. A seleção é retirada de todas as fases do seu trabalho e sugere a sua complexa diversidade, da letra de sátiras, sonetos para poemas em prosa e poemas concretos, epigramas para os longos poemas que ele chama de «sinfonias».

Para as traduções contribuiram Alan Dixon, Daniel Hoffman, Hugh Maxton e George Szirtes, enquanto a introdução de Miklós Vajda define a vida de Weores e do seu trabalho em contexto de mudança social e cultural. 

O que emerge é um retrato de um poeta notável pela riqueza de estilos e formas que ele comanda, para a fertilidade da sua imaginação e da amplitude das suas simpatias.
Fonte: http://www.anvilpresspoetry.com/

LENGALENGA

A andorinha enche, num dia
de abril, todos de alegria;
Irradia-se a alegria,
Só meu mal não se alivia.

Eis que a mesa delicia,
Quando é posta, a maioria;
Delicia a maioria,
Mas a mim me distancia.

Toda flor que antes morria,
Em abril se abre à porfia;
Contraria-me a porfia:
Com emplastro a emplastraria.

Ver que há tanta vilania
Ao redor já me angustia;
Vilania que angustia:
Vou treinar a pontaria.

Que parede mais vazia!
E outras tantas! A elegia
Se anuncia: elegi-a
Para expor minha agonia.

Sandor Weores

AUTO-RETRATO COM CÃO 

Eu estive, é apenas um afogamento cadáver:
Obstruí o coração, tal como a pedra, fauces.
O corpo miserável, a centelha da vida,
Para finalmente ganhar algum incentivo,
Fluxos para um cão em busca de descanso:
Eu me curvo a cabeça nos pés do Mestre,
Eu sinto sua dor, e eu não me lembro. 

Sandor Weores 

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