Por que há mulheres aqui dançando no seu próprio país?
Por que existe essa tristeza em seus olhos?
Por que os soldados aqui
Têm seus rostos fixados como pedra?
Eu não posso ver o que é que eles desprezam
Eles dançam com a saudade
Eles dançam com os mortos
Eles dançam com os invisíveis
A sua angústia é dentro
Eles estão dançando com seus pais
Eles estão dançando com seus filhos
Eles estão dançando com seus maridos
Eles dançam sozinhos
É a única forma de protesto que eles estão autorizados
Eu vi os rostos silenciosos gritar tão alto
Se fosse para falar estas palavras eles desapareciam também
Outra mulher numa mesa de tortura o que mais eles podem fazer
Eles estão dançando com a saudade
Eles estão dançando com os mortos
Eles dançam com os invisíveis
Sua angústia é dentro
Eles estão dançando com seus pais
Eles estão dançando com seus filhos
Eles estão dançando com seus maridos
Eles dançam sozinhos
Um dia nós vamos dançar sobre as suas sepulturas
Um dia nós vamos cantar a nossa liberdade
Um dia vamos rir da nossa alegria
E nós vamos dançar
Um dia nós vamos dançar sobre as suas sepulturas
Um dia nós vamos cantar a nossa liberdade
Um dia vamos rir da nossa alegria
E nós vamos dançar
Elas dançam com os desaparecidos
Elas dançam com os mortos
Elas dançam com amores invisíveis
Elas dançam com silenciosa angústia
Dançam com seus pais
Dançam com seus filhos
Com seus esposos dançam
Elas dançam sozinhas
Dançam sozinhas
É Mr. Pinochet
Você semeou uma safra amarga
É dinheiro estrangeiro que o apoia
Um dia o dinheiro vai parar
Sem salários para os seus torturadores
Sem orçamento para as suas armas
Você pode pensar na sua própria mãe
Dançando com o filho invisível
Eles estão dançando com a saudade
Eles estão dançando com os mortos
Eles dançam com os invisíveis
Eles são a angústia dentro
Eles estão dançando com seus pais
Eles estão dançando com seus filhos
Eles estão dançando com seus maridos
Eles dançam sozinhos
Eles dançam sozinhos
Há 513 anos atrás, mais
precisamente a 29 de Agosto de 1499, o rei D. Manuel I recebe com honras em Lisboa o
navegador português Vasco da Gama, festejando o regresso da sua primeira viagem marítima à Índia. O título «Dom» e muitas outras recompensas pelos serviços prestados à coroa portuguesa, são-lhe atribuídos pelo rei D. Manuel I. Uma das mais notáveis viagens da era dos Descobrimentos consolidava a presença marítima e o domínio das rotas comerciais pelos portugueses.
Poet'anarquista
Vasco da Gama
Navegador Português
O REGRESSO DA ÍNDIA…
A 12 de Julho de 1499, depois de mais de dois
anos do início da expedição à Índia por Vasco da Gama, entra a caravela Bérrio no rio
Tejo, comandada por Nicolau Coelho, com a notícia que iria emocionar Lisboa:
os portugueses chegaram à Índia pelo mar e Vasco da Gama tinha ficado para
trás, na ilha Terceira, preferindo acompanhar o seu irmão gravemente
doente, renunciando assim aos festejos e felicitações pela notícia.
Das naus envolvidas, apenas a São Rafael não
regressou, pois teria sido queimada por incapacidade de a manobrar, consequência
do reduzido número de tripulantes no regresso, fruto das doenças responsáveis
pela morte de cerca de metade da tripulação, como o escorbuto, que se fez
sentir mais afincadamente durante a travessia do Oceano Índico. Apenas 55
dos 148 homens que integravam a armada sobreviveram a este grande feito.
D. Manuel I recebe Vasco da Gama
Entrega ao Rei das Primícias da Índia
Vasco da Gama regressava ao país em 29 de Agosto e
seria recebido pelo próprio rei D. Manuel I com contentamento que lhe atribuía
o título de Dom e grandes recompensas. Fez Nicolau Coelho fidalgo da
sua casa, assim como a todos os outros, conforme os serviços que haviam
prestado.
D. Manuel I apressa-se a dar a notícia aos reis
de Espanha, numa exibição orgulhosa do feito e para avisar, simultaneamente,
que as rotas seriam doravante exploradas pela Coroa Portuguesa.
Há notícia de um mercador italiano que espalhou
por Florença a boa-nova: «Descobriram 1800 léguas de novas
terras além do Cabo da Boa Esperança, cujo cabo foi descoberto no tempo do rei
D. João. O capitão descobriu uma grande cidade muralhada , com muito boas
casas de pedra, no estilo mourisco, habitada por mouros da cor
dos indianos. O capitão desembarcou aqui e o rei deu-lhe um piloto para
cruzar o golfo». O mercador referia-se a Melinde.
(29 de Agosto de 1958, nasce o músico e compositor norte-americano Michael Jackson)
MICHAEL JACKSON - «Thriller»
Poet'anarquista
TERROR
É quase meia-noite
E algo maligno está espreitando no escuro
Sob a luz da lua
Você vê uma visão que quase pára o seu coração
Você tenta gritar
Mas o terror toma o som antes de você fazê-lo
Você começa a congelar
Enquanto o horror te olha bem entre os olhos
Você está paralisado
Porque isso é terror
Noite de terror
E ninguém vai te salvar
Da besta pronta para atacar
Você sabe que é terror
Noite de terror
Você está lutando por sua vida
Dentro de um assassino
Esta noite de suspense, yeah
Você escuta a porta bater
E percebe que não há mais nenhuma a funcionar
Você sente a mão fria
E pensa se ainda vai ver o sol
Você fecha os olhos
E espera que isto seja apenas imaginação
Rapariga, mas o tempo todo
Você ouve uma criatura rastejando por trás
Você está sem tempo
Causa isso é o terror
Noite de terror
Não há segunda chance
Contra a coisa com quarenta olhos, garota
Terror, noite de terror
Você está lutando por sua vida
Dentro de um assassino
Suspense por hoje
Chamada a noite das criaturas
E os mortos começam a andar em sua máscara
Não há como escapar das garras do tempo estrangeiro
Eles estão abertos, esse é o fim da sua vida
Eles estão atrás de você
Há demónios fechando de todos os lados
Eles vão te possuir
A menos que você mude o número da sua ligação
Agora é o tempo
Para você e eu cuidar juntos, sim,
Toda a noite
Eu vou te salvar do terror na tela
Vou fazer você ver
Que isso é terror, noite de terror
Porque eu posso te aterrorizar mais
Do que qualquer fantasma ousaria tentar
Terror, noite de terror
Então deixe-me te abraçar
E compartilhar um assassino arrepiante
Terror aqui esta noite
Porque isso é terror
Noite de suspense
Menina, eu posso te aterrorizar mais
Do que qualquer fantasma ousaria tentar
Terror, noite de terror
Então deixe-me te abraçar forte
E compartilhar um assassino de terror
Eu vou te aterrorizar hoje à noite
A escuridão cai sobre a terra
A hora da meia-noite é fechar a mão
Criaturas rastejam em busca de sangue
Para aterrorizar vocês no bairro
E quem deve ser encontrada
Sem a alma para descer
Deve ficar e enfrentar os cães do inferno
E apodrecer dentro de uma casca de cadáver
Eu vou te aterrorizar hoje à noite
Terror, terror
Eu vou te aterrorizar hoje à noite
Noite de terror, suspense
Eu vou te aterrorizar hoje à noite
Ooh, baby, eu vou te aterrorizar hoje à noite
Noite de terror, querida
O mau cheiro está no ar
O odor de quarenta mil anos
E sarcófagos velhos de cada túmulo
Estão se fechando para selar seu destino
E apesar de você lutar para permanecer vivo
Seu corpo começa a tremer
Porque nenhum mero mortal pode resistir
Os familiares de Francisca Camões Galhardas agradecem a solidariedade de todos os amigos que acompanharam o seu ente querido até à última morada. Bem hajam pelo apoio demonstrado!
Senhora da minha fé sabes como é ter recordações
Quantas vezes te chamei, quantas te rezei minhas orações
Quero ver a minha terra Senhora
Para ver a minha gente sonhar
Senhora da minha luz, a que me conduz onde posso ir
Cada dia aqui me tens, cada dia vens ouvir-me pedir
Quero ver a minha terra Senhora
Para ver a minha gente sorrir
É bonita a minha terra e agora, ai agora
Esconder esta saudade é mentir
E lá longe, lá longe, Senhora
Há pessoas que eu quero abraçar
De tão longe viemos embora
E dói muito partir sem voltar
De tão longe viemos embora
E dói muito partir sem voltar
Senhora da minha esperança que não se cansa de me dizer
Que sonhar só tem valor onde houver amor para se viver
Quero ver a minha terra Senhora
Para ver a minha gente crescer
É bonita a minha terra e agora, ai agora
Conhecer esta saudade é morrer.
Por graça de Deus, do Rei de Portugal e dos Algarves, d’aquém
e d’além mar em África e Senhor da Guiné e da conquista e navegação e comércio
de Etiópia, Arábia, Pérsia e da Índia, a quantos esta nossa carta de foral dada
para todo o sempre à Vila de Alandroal, vem fazer saber que por bem das
sentenças e determinações gerais…
Dom Manuel por Graça de Deus
Foral da Vila de Terena
Por graça de Deus, do Rei de Portugal e dos Algarves, d’aquém e d’além mar
em África, Senhor da Guiné e da conquista e navegação e comércio de Etiópia,
Arábia, Pérsia e da Índia, a quantos esta nossa carta de foral dada para sempre
à Vila de Terena…
Dom Manuel por Graça de Deus
Foral da Vila de Juromenha
Por graça de Deus, do Rei de Portugal e dos Algarves,
d’aquém e d’além mar em África. Senhor da Guiné e da conquista e navegação e
comércio de Etiópia, Arábia, Pérsia e da Índia e a todos quantos esta nossa
carta de foral vem dar à nossa Vila de Juromenha, fazemos saber que por bem dás…
(26 de Agosto de 1988, morre o cantor, autor e compositor português Carlos Paião)
CARLOS PAIÃO - «Versos de Amor»
Poet'anarquista
VERSOS DE AMOR
Às onze e meia, saiu para a rua,
Com o seu fato domingueiro,
Dormindo a aldeia, brilhando a lua,
Num céu de estrelas, conselheiro
Coração quente, timidamente,
À sua porta então chamou
E abriu-se a janela e só para ela,
Triste, cantou...
Versos de amor,
Lindos esses versos de amor
Que fizera em segredo,
A sonhar, quase a medo,
Um viver tentador.
A sua vida por uns versos de amor,
Lindos esses versos de amor
Na mais terna amargura,
O silêncio murmura uma história de amor
A noite imensa, foi mais rainha,
Quando uma lágrima caiu,
Na recompensa, o amor que tinha,
Ela também chorou, sorriu
Foi tão bonito, tinham-lhe dito,
Que amar ás vezes faz doer,
Mas a dor que sentia,
Não lhe doía, dava prazer...
Versos de amor,
Lindos esses versos de amor
Que fizera em segredo,
A sonhar, quase a medo,
Um viver tentador.
A sua vida por uns versos de amor,
Lindos esses versos de amor
Na mais terna amargura,
O silêncio murmura uma história de amor
Jorge Francisco Isidoro Luís Borges Acevedo, na literatura Jorge Luís Borges, nasceu em Buenos Aires na Argentina, a 24 de Agosto de 1899. Foi um importante escritor, poeta, tradutor, crítico literário e ensaísta. Começou a publicar os seus primeiros poemas e ensaios em revistas literárias surrealistas. Destacou-se na cena internacional quando recebeu o prémio de editores «Formentor». Entre outros prémios que lhe foram atribuídos, ganhou o prémio «Cervantes» em 1980. Borges faleceu em Genebra, na Suiça, a 14 de Junho de 1986.
Poet’anarquista
Jorge Luís Borges
Poeta e Escritor Argentino
«Caricatura de Jorge Luís Borges»
Santiago Uceda
SOBRE O POETA E ESCRITOR...
Homem de ficção literária,
paradoxicamente favorito de semióticos, matemáticos, filólogos, filósofos e
mitólogos, Borges oferece, pela perfeição de sua linguagem, a erudição de seus
conhecimentos, o universalismo de suas idéias, a originalidade das suas ficções,
a beleza de sua poesia, uma verdadeira summa que honra a língua espanhola e o
espírito universal.
Jorge Luís Borges nasceu em
Buenos Aires no dia 24 de agosto de 1899. Por influência da avó inglesa, foi
alfabetizado em inglês e em espanhol. Em 1914 viajou com a sua família para a
Europa e instalou-se em Genebra, onde cursou o ensino médio.
Em 1919 mudou-se para a Espanha e aí entrou em contato com o
movimento ultraísta.
Em 1921 regressou a Buenos Aires e fundou com outros
importantes escritores a revista Proa.
Em 1923 publicou seu primeiro livro de poemas, Fervor de
Buenos Aires. Desde essa época, adoece dos olhos, sofre sucessivas operações de
cataratas e perde quase por completo a vista em 1955. Tempos depois se
referiria à sua cegueira como «um lento crepúsculo que já dura mais de meio
século».
Desde o seu primeiro livro até a publicação das suas Obras
Completas (1974) transcorreram cinquenta anos de criação literária durante o
qual Borges superou a sua enfermidade escrevendo ou ditando livros de poemas,
contos e ensaios, admirados hoje no mundo inteiro.
Recebeu importantes distinções de diversas universidades e
governos estrangeiros e numerosos prémios, entre eles o de Cervantes em 1980.
A sua obra foi traduzida em mais de vinte e cinco idiomas e
levada ao cinema e à televisão. Prólogos, antologias, traduções, cursos e
conferências testemunham o esmero incansável desse grande escritor, que
revolucionou a prosa em castelhano, como têm reconhecido sem excepção os seus
contemporâneos.
Borges faleceu em Genebra no dia 14 de junho de 1986.
Fonte: www.mibuenosairesquerido.com/
O CÚMPLICE
Crucificam-me e eu tenho de ser a cruz e os pregos.
Estendem-me a taça e eu tenho de ser a cicuta.
Enganam-me e eu tenho de ser a mentira.
Incendeiam-me e eu tenho de ser o inferno.
Tenho de louvar e de agradecer cada instante do tempo.
O meu alimento é todas as coisas.
O peso exacto do universo, a humilhação, o júbilo.
Tenho de justificar o que me fere.
Não importa a minha felicidade ou infelicidade.
Sou o poeta.
Jorge Luís Borges
OS JUSTOS
Um homem que cultiva o seu jardim, como queria Voltaire.
O que agradece que na terra haja música.
O que descobre com prazer uma etimologia.
Dois empregados que num café do Sul jogam um silencioso xadrez.
O ceramista que premedita uma cor e uma forma.
O tipógrafo que compõe bem esta página, que talvez não lhe agrade.
Uma mulher e um homem que lêem os tercetos finais de certo canto.
O que acarinha um animal adormecido.
O que justifica ou quer justificar um mal que lhe fizeram.
O que agradece que na terra haja Stevenson.
O que prefere que os outros tenham razão.
Essas pessoas, que se ignoram, estão a salvar o mundo.
Jorge Luís Borges
NOSTALGIA DO PRESENTE
Naquele preciso momento o homem disse:
«O que eu daria pela felicidade
de estar ao teu lado na Islândia
sob o grande dia imóvel
e de repartir o agora
como se reparte a música
ou o sabor de um fruto.»
Naquele preciso momento
o homem estava junto dela na Islândia.
Alandroal -
Património entre a História e a Mudança...
Promovida pela CMA, a intervenção em curso no âmbito
das obras de Requalificação do Castelo de Alandroal, permitiu a descoberta
de 11 lápides utilizadas nos séculos XIV e XV.
Associadas a outros materiais trazidos à luz do dia pelas
escavações arqueológicas que tiveram lugar no espaço intra-muralhas da sede do
concelho, as lápides irão integrar o Núcleo Museológico do Castelo que, a
criar para o efeito, permitirá a residentes e visitantes enriquecer e
consolidar a vivência do presente, através de um melhor e mais sustentado
conhecimento do passado... assim se preservam os traços da construção
identitária dos espaços, através da valorização e do reconhecimento do
Património material através de vestígios que são indicadores de um
trajeto temporal, cuja percepção configura o que somos, contribuindo para o que
podemos vir a ser...
Prática Desportiva em Destaque no Festival da Juventude de
Alandroal
A prática desportiva vai estar em destaque nesta edição do
Festival da Juventude de Alandroal, com a realização de uma prova de natação e
outra de orientação, que pretendem ser momentos de convívio e boa disposição. As
provas realizam-se no dia 30 de Agosto e são ambas destinadas a toda a
população.
A prova de natação tem início pelas 10:00 horas, nas
piscinas municipais de Alandroal, e consiste na realização de 1000 metros a nadar,
em equipas de dois elementos. Cada elemento terá que nadar, no mínimo, 100
metros durante a prova. Ao longo da manha haverá também aulas de hidroginástica
abertas à população. De salientar ainda que todos nos 1000 metros a nadar terão
entrada gratuita nas piscinas municipais.
De tarde, pelas 16:30 horas, terá lugar uma prova de orientação,
de iniciação, em que todos podem participar, independentemente do seu nível de
preparação. A concentração para esta actividade é junto ao Posto de Turismo de
Alandroal. Os vencedores de cada actividade terão direito a uma refeição, para
duas pessoas, num dos restaurantes do concelho.
Caso deseje mais informações sobre estas actividades deve
entrar em contacto com a secção de Desporto da Câmara Municipal de Alandroal,
através do telefone 961 367 005 ou do email desporto.dsscd@cm-alandroal.pt.
Em alternativa pode também dirigir-se ao Posto de Turismo de Alandroal, na
Praça da República. Não perca tempo e faça já a sua inscrição.
O escultor lituano Chaim Jacob Lipchitz, mais conhecido por
Jacques Lipchitz, nasceu em Druskininkai a 22 de Agosto de 1891. Em Paris conhece
artistas como Matisse, Picasso, Modigliani e Gris e rompe definitivamente com o
clássico no seu trabalho. Foi o primeiro artista cubista a realizar trabalhos
escultóricos e, a partir desse momento, altera completamente o estilo
pessoal na sua obra. Lipchitz veio a falecer em Capri na Itália, a 16 de Maio de 1973.
Fixa residência em Paris em 1909, estudando na Escola de
Belas-Artes e na Academia Julien. Conhece Matisse, Modigliani, Gris e Picasso e
marca a ruptura do clássico no seu trabalho. É o primeiro artista cubista a
realizar esculturas. A partir da década de 20 o estilo de Lipchitz se altera.
Fixa residência em Nova York entre 1940 e 1941 devido à ocupação nazista em
Paris.
Lipchitz na Fundação Nemirovsky
Em maio de 1973, a Sra. Paulina Nemirovsky adquiriu na Malborough Gallery de
Nova York um vigoroso desenho de Lipchitz. A sua intenção era surpreender o marido
com um presente à altura do seu gosto refinado. Quebrava assim uma regra, já
que habitualmente era ele quem escolhia e comprava as obras para a residência
da família. Medindo 35 x 27cm, o desenho a nanquim e crayon, datado de 1939,
pertencendo à série de estudos inspirada no mito grego de Prometheus, herói
que, por ousar roubar o fogo de Zeus passou a ser atormentado por um abutre, devorando-lhe
o fígado. O desenho em questão é uma das versões dessa cena primal: a figura
humana aparece imbricada com um possível cavalo ou centauro em composição
escultural realçada pelo claro-escuro. O embate do homem com o animal,
reinterpretado seguidamente pelo artista, assumiu, em sua obra, valor
simbólico, numa época em que a ascensão do nazismo constituía a grande ameaça à
liberdade individual.
A invasão da França pelos alemães forçou Lipchitz e sua
mulher a abandonarem sua casa e ateliê nas cercanias de Paris rumo à América.
Em 1941, eles chegaram aos Estados Unidos, trazendo apenas duas pequenas
esculturas e um portfolio contendo desenhos entre os quais, possivelmente, este
que hoje pertence à Coleção Nemirovsky. Extraordinário o percurso desta obra. O
desenho de Lipchitz permaneceu na casa da Rua Guadelupe, em São Paulo, por 32
anos. Em 2005, após a morte do casal Nemirovsky, foi transferido para o
edifício da Estação Pinacoteca, juntamente com toda coleção. Atualmente,
podemos vê-lo na exposição Acervo da Fundação Nemirovsky: O olhar do
colecionador. Nesse conjunto, em que predominam obras do modernismo brasileiro,
são raros os exemplares da arte europeia. Embora em pequeno número, os desenhos
e gravuras assinados por representantes das vanguardas históricas são muito
significativos. Isto porque foram as propostas inovadoras surgidas na Europa no
começo do século que estimularam o abandono das práticas académicas ainda
vigentes na América, na época.
Não cabe aqui explorar as várias vertentes da arte moderna e
seus desdobramentos no Brasil. Entretanto, cabe relacionar o desenho de
Lipchitz a duas outras obras do nosso acervo: a gravura Minotaure, buveur e
femmes (1933) de Picasso e um desenho de Diego Rivera. Isto porque foi Rivera
quem, em 1913, levou Lipchitz ao ateliê de Picasso, aproximação que se provou
relevante para o desenvolvimento da escultura do jovem russo.
Em se tratando da obra escultórica de Lipchitz, há que
assinalar a presença da escultura Homem com águia instalada no edifício do
Ministério de Educação e Saúde, no Rio de Janeiro. Essa escultura deriva de
estudos da série Prometheus, a mesma a qual pertence o desenho adquirido por
dona Paulina. Foi Le Corbusier quem sugeriu a encomenda de uma peça ao
escultor. Em 1936, o arquiteto liderava a equipe encarregada de projetar o
prédio que se converteria em marco da moderna arquitetura brasileira. O
escultor enviou ao Rio um protótipo em escala reduzida que por engano foi
aplicado à fachada do edifício. Em 1953, a escultura foi realizada nas
dimensões corretas para o Museu de Filadélfia, nos Estados Unidos. Fonte: Fundação Nemirovsky
Alandroal Recebe Festas de Setembro e Semana da Juventude 2012
Praça da República será o Centro das Festividades
O Alandroal prepara-se para receber mais uma edição do
Festival da Juventude e das tradicionais Festas em Honra de Nossa Senhora da
Conceição, entre os dias 30 de Agosto e 03 de Setembro, onde a animação, a cor,
a alegria e o convívio prometem ser as notas dominantes. As obras no interior
do castelo e a necessidade de reduzir custos fazem com que todas as actividades
deste ano se concentrem na Praça da República, Largo da Matriz e Rua João de
Deus.
Com efeito, com um orçamento ainda mais reduzido do que em
anos anteriores, sem esquecer que este é um importante momento de convívio,
afirmação local e promoção do concelho, o Município preparou um conjunto de
actividades abrangentes e transversais, em colaboração com as associações do
concelho, que procuram agradar a toda a população.
Os primeiros dias das festividades (30 e 31 de Agosto) são
dedicados aos mais jovens. As actividades desportivas, a animação nocturna, os
concertos e as garraiadas estarão em evidência nestes dias. De destacar a
participação do Esquadrão de Reconhecimento do RC3 de Estremoz, que vai
possibilitar aos jovens do concelho e a todos os interessados o contacto com a
vida militar através de passeios em viaturas blindadas ou a realização de
baptismos equestres.
A noite de sexta-feira, dia 31 de Agosto, reserva ainda uma
grandiosa Corrida de Toiros, com João Moura, Rui Fernandes e o jovem Rui
Guerra, natural do concelho. Para pegar os 6 touros “Conde de Arriaga” estarão
em praça os forcados amadores de Redondo, Ribatejo e Aposento do Alandroal, que
disputam o “Troféu Sousa” para a melhor pega.
Já no sábado, dia 01 de Setembro, os amantes dos motores
terão a oportunidade de assistir, ou participar, no Encontro de Carros
Personalizados do Motorklub de Alandroal. A noite de Sábado reserva ainda um
espectáculo com Rouxinol Faduncho, que apresentará o seu mais recente trabalho
“Formidável Bigode”, um espectáculo criado para “dar um bigode à crise”! Para
Domingo está marcado um momento inédito, com a actuação da Banda do Centro
Cultural de Alandroal, que acompanha ao vivo os fadistas locais.
Mas porque as Festas em honra de Nossa Senhora da Conceição
são muito mais que concertos e espectáculos, os bailes tradicionais, o
artesanato e as tasquinhas com petiscos locais também estarão em destaque.
Consulte o programa detalhado em «www.cm-alandroal.pt»
ou em «www.facebook.com/cmalandroal».
Pa' cantar de un improviso
Se requiere buen talento,
Memoria y entendimiento,
Fuerza de gallo castizo.
Cual vendaval de granizos
Han de florear los vocablos,
Que han de asombrar hasta al diablo
On muchas bellas razones
Como en las conversaciones
Entre san pedro y san pablo.
2ª
También, señores oyentes,
Se necesita instrumento,
Muchísimos elementos
Y compañero elocuente.
Ha de ser buen contendiente,
Conocedor de la historia;
Quisiera tener memoria
Para entablar desafío,
Pero no me da el sentío
Pa' finalizar con gloria.
3ª
Al hablar del instrumento
Diríjome al guitarrón,
Con su alambre y su bordón:
Su sonoro es un portento.
Cinco ordenanzas le cuento,
Tres de a cinco, dos de a tres,
El clavijero a sus pies,
La entrastadura elegante.
Cuatro diablitos cantantes
Debe su caja tener.
4ª
Y pa' cantar a porfía
Habrá que ser tocadora,
Arrogante la cantora
Para seguir melodía,
Garantizar alegría
Mientras dure el contrapunto,
Formar un bello conjunto,
Responder con gran destreza:
Yo veo que mi cabeza
No es capaz para este asunto.
5ª
Por fin, señores amables,
Que me prestáis atención,
Que habéis hallado razón
De hacerle quite a este sable:
Más no quiero que se entable
Contra mí algún comentario
: pa' cominillo e' los diarios
Sobran muchos condimentos.
No ha de faltarme el momento
Que aprenda la del canario.
A era de Cristo é adoptada em Portugal a 22 de Agosto, do ano de 1422. Amanhã, 22 de Agosto de 2012, estarão passados 590 anos dessa data histórica em que o calendário foi alterado. Entrava-se na era de Cristo da contagem do tempo, e abandonava-se a era de César até então utilizada. Carta Régia d'el Rei D. João I assim o determinou...
Poet'anarquista
D. João I - Rei de Portugal
«O de Boa Memória»
A ERA DE CRISTO
Até 22 de Agosto de 1422, Portugal utilizava o calendário da
chamada era de César, que contava os anos tendo em conta o calendário Juliano
cujo ano zero é 38 a.C. Este calendário foi substituído, naquela data, pelo da
era de Cristo, através de Carta Régia de D. João I.
(21 de Agosto de 1989, morte do músico e poeta Raul Seixas)
RAUL SEIXAS - «As Profecias»
Poet'anarquista
AS PROFECIAS
Tem dias que a gente se sente
Um pouco, talvez, menos gente
Um dia daqueles sem graça
De chuva cair na vidraça
Um dia qualquer sem pensar
Sentindo o futuro no ar
O ar, carregado sutil
Um dia de maio ou abril
Sem qualquer amigo do lado
Sozinho em silêncio calado
Com uma pergunta na alma
Por que nessa tarde tão calma
O tempo parece parado?
Está em qualquer profecia
Dos sábios que viram o futuro,
Dos loucos que escrevem no muro.
Das teias do sonho remoto
Estouro, explosão, maremoto.
A chama da guerra acesa,
A fome sentada na mesa.
O copo com álcool no bar,
O anjo surgindo no mar.
Os selos de fogo, o eclipse,
Os símbolos do apocalipse.
Os séculos de Nostradamus,
A fuga geral dos ciganos.
Está em qualquer profecia
Que o mundo se acaba um dia.
Um gosto azedo na boca,
A moça que sonha, a louca.
O homem que quer mas se esquece,
O mundo dá ou do desce.
Está em qualquer profecia
Que o mundo se acaba um dia.
Sem fogo, sem sangue, sem ás
O mundo dos nossos ancestrais.
Acaba sem guerra mortais
Sem glorias de Mártir ferido
Sem um estrondo, mas com um gemido.
Os selos de fogo, o eclipse
Os símbolo do apocalipse
A fuga geral do ciganos
Os séculos de Nostradamus.
Está em qualquer profecia
Que o mundo se acaba um dia
Um dia...
«Esta é a segunda narrativa das três que fazem parte da “Trilogia do Guadiana”.
«Garrafa com Manuscritos»
Encontrada em Açude no Guadiana
Lembramos que estes escritos foram encontrados dentro de uma
garrafa por um pescador do rio, Maurício de seu nome, em 1990. A garrafa estava
encalhada num açude de azenha. Os manuscritos estavam em língua castelhana e
não vinham assinados. Os títulos e a tradução são da minha responsabilidade.»
Eveline Sambraz
BADAJOZ
Quando Rufino Potra, em Madrid, chegou à estação do Levante,
naquela manhã de Abril de 1936, tinha acabado de chegar o comboio de Valência.
Ia esperar Largo Maltese, um amigo doutro amigo, a quem ele tinha prometido
ajudar na busca dum mapa antigo que estaria na biblioteca municipal de Badajoz.
Esse mapa, por absoluto acaso do destino, fora parar a essa biblioteca por via
da herança de um antigo navegador do século XIX que, depois de passar grande
parte da sua vida nas colónias espanholas da América Central, acabara os seus
dias em Badajoz, legando à cidade todo o seu espólio. Esse espólio estaria
ainda por classificar e jazia há dezenas de anos nas caves do magnífico
edifício que albergava a biblioteca municipal. O amigo de Largo Maltese, também
amigo de Rufino, sabendo que este era natural de Cheles e que tinha feito os
estudos preparatórios em Badajoz, conhecendo a cidade muito bem, não achara
melhor solução que entregar-lhe o recém chegado.
«Comboio»
Hugo Pratt
A Madrid de 1936 fervilhava de vida e boatos. A vitória da
Frente Popular dois meses antes, em eleições muito disputadas, tinha dado à
capital espanhola um movimento inusitado. Havia sempre muita gente a chegar,
muita gente a partir e os comboios, apesar dos tradicionais atrasos dos
caminhos de ferro espanhóis, andavam sempre apinhados. Excepcionalmente, a
composição vinda de Valência tinha chegado dentro do horário. Foi preciso
esperar um bom pedaço de tempo antes que se desfizesse a confusão dos que
chegavam e dos que partiam, entre os gritos dos bagageiros que ofereciam os
seus serviços e o resfolgar das locomotivas.
«Corto Maltese»
Hugo Pratt
Quando aquela balbúrdia acalmou, Rufino, vislumbrou ao fundo
do cais um homem que nunca mais esqueceria. Não tanto pelo aspecto físico, mas
sobretudo pelos problemas porque iriam passar juntos nos próximos dias. Era um
homem alto, fisicamente bem constituído, muito moreno e exibia um farto bigode
que lhe caía aos cantos da boca. As feições pareciam indicar que era mestiço,
mesmo que a mistura de sangues se tivesse dado há várias gerações. A verdade é
que os lábios cheios e o cabelo anelado, embora longo e caído sobre os ombros,
indiciavam a presença de antepassados negros na sua família. Estava vestido
como os marinheiros sempre se vestem em terra: Calças largas, botas de couro
muito flexível, grossa camisola de malha com gola alta e casacão azul muito
escuro. Ao ombro, como bagagem, trazia um grande saco de lona.
«Corto Maltese/Morgana»
Hugo Pratt
Vale a pena falar um pouco mais deste homem já que a sua
participação nesta narrativa será de muita importância. Cidadão espanhol, tinha
nascido em Cuba no fim século dezanove, quando aquela ilha ainda era uma
colónia espanhola. A guerra hispano-americana apanhara-o ainda criança e
mudara-se com a família para o México no início do século vinte. Aí, tivera uma
vida aventurosa, sempre tendo o mar como cenário. O mar das Caraíbas, mais
propriamente. Vinha em busca do tal mapa porque nele estaria assinalada a
localização de um tesouro escondido pelos espanhóis quando estes ainda
dominavam o México. Um aventureiro, como facilmente se vê. Irmão, ou meio
irmão, segundo Rufino julgava saber, de Corto Maltese, outro aventureiro.
«Corto Maltese»
Hugo Pratt
Quando se encontraram frente a frente e Rufino se
apresentou, trocaram um vigoroso aperto de mão, tendo o recém chegado informado
que tinha quarto reservado num hotel do centro da cidade, mas que apenas
tencionava demorar-se em Madrid o tempo estritamente necessário. Tinha
igualmente reservado um automóvel e queria partir para Badajoz o mais
rapidamente possível. O hotel, um dos melhores da cidade, reconheceu Rufino,
tinha realmente um quarto reservado e um automóvel pronto a partir. Combinaram
partir no dia seguinte mal o sol nascesse. Também se ajustou a dormida de
Rufino no hotel para evitar demoras de última hora. Parecia não faltar dinheiro
nos bolsos do visitante.
«Corto Maltese»
Hugo Pratt
SOULCONCIOUS
La Victoria del Frente Popular Español
«Elecciones Demócráticas del 16 de Febrero de 1936»
Poet'anarqquista
Convém, para melhor se entender o que vem a seguir, dar uma
explicação do ambiente que se vivia em Madrid por essa época. Os espanhóis
tinham ido às urnas no dia 6 de Fevereiro passado, Domingo de Carnaval. As
eleições tinham sido ganhas pela Frente Popular que, entretanto, já tinha
formado governo. O primeiro-ministro, don Manuel Azaña, líder do partido
republicano, desdobrava-se em esforços, não só para dar um novo rumo ao país,
como para harmonizar as posições dos partidos de esquerda que compunham a
coligação. Os vários partidos das direitas, que não aceitavam a derrota
eleitoral e conspiravam abertamente contra o governo, todos os dias pediam a
intervenção dos militares. Os tiroteios entre os falangistas, já apostados numa
guerra civil, e as várias orientações de esquerda, eram diários. A cidade
fervilhava de boatos sobre assassinatos políticos e levantamentos militares. Todos
os quartéis de Madrid estavam de prevenção. O clima social e político da
capital de Espanha era de cortar à faca. Dizia-se que os partidos das direitas
estavam a armar os seus militantes e que estaria iminente um golpe de estado
contra a República.
«Corto Maltese»
Hugo Pratt
Foi esta cidade que os nossos dois conhecidos deixaram para
trás naquele fim de Abril quando tomaram o caminho de Badajoz. Ao fim do dia,
já instalados nesta cidade da Extremadura espanhola, recolheram cedo à pensão
onde se hospedaram, pois tencionavam começar a procurar o mapa logo pela manhã.
Munidos das respectivas autorizações do Ayuntamiento da cidade, onde Largo
Maltese se apresentou como historiador de assuntos relacionados com as antigas
colónias de Espanha, começaram a vasculhar os caixotes do espólio a que já
fizemos referência. Não encontraram nada. Do mapa, nem sombra. Por mais que uma
vez passaram a pente fino todo o espólio, mas sem qualquer resultado positivo.
Ainda falaram com o responsável da biblioteca que, muito assustado e sem motivo
aparente para tanta agitação, os informou que os caixotes estavam naquela cave
há mais de cinquenta anos sem nunca terem sido abertos.
«A Ilha do Tesouro de Robert Stevenson»
Ilustração de Hugo Pratt
Desanimado mas conformado com o resultado da pesquisa, Largo
Maltese disse a Rufino que teria que continuar a busca noutros lugares, pois
tinha a certeza que o mapa existia. E o tesouro, por suposto, também. E ele,
agora mais do que nunca, estava disposto a deitar-lhe a mão. Fariam uma última
tentativa no dia seguinte. Depois, fosse qual fosse o resultado, regressariam a
Madrid. No dia seguinte voltaram a passar em revista todo o espólio, chegando à
mesma conclusão: O mapa não se encontrava ali.
«Corto e Blueberry»
Hugo Pratt
Foi nessa altura que repararam em vários outros caixotes que
também se encontravam na cave, embora um pouco afastados daqueles que lhes tinham
sido indicados como sendo os que procuravam. Os caixotes em causa pareciam em
melhor estado de conservação que os anteriores, decerto não se encontravam
naquela cave há tanto tempo. Rufino, que estava muito desiludido com o
resultado da busca, por raiva e descargo de consciência, meteu a alavanca às
tábuas e retirou a tampa. Surpreendido, verificou que o caixote estava cheio de
metralhadoras e carregadores de munições. As armas eram novas e de modelo
relativamente recente. Depois de chamar Largo Maltese, que se encontrava junto
dos caixotes do espólio que os tinha levado a Badajoz, procurando ainda no seu
interior, abriram os restantes caixotes e confirmaram aquilo que já lhes
parecia óbvio: Todos continham o mesmo tipo de armas e munições.
«Corto Maltese»
Hugo Pratt
Quando saíram da biblioteca foram de imediato para o quartel
do comando militar da cidade e falaram com o responsável sobre o seu achado.
Ainda se demoraram mais dois dias na cidade. O suficiente para saberem que
aquelas armas estavam a entrar clandestinamente em Badajoz, vindas de Portugal,
e se destinavam a armar os militantes falangistas. Apenas esperavam que se
desse o levantamento militar de que todos falavam.
O levantamento militar deu-se em 17 de Julho de 1936.
Quanto aos nossos dois intervenientes, Largo Maltese e
Rufino Potra, depois de se despedirem em Madrid, no dia 4 de Maio de 1936,
nunca mais se encontraram ou souberam um do outro.
«Corto Maltese»
Hugo Pratt
Rufino Potra nunca soube se Largo Maltese chegou a encontrar
o tesouro que buscava. E Largo Maltese nunca teve conhecimento dos trabalhos de
Rufino Potra durante a Guerra Civil Espanhola, que se iniciou, precisamente, em
17 de Julho de 1936.
De autor desconhecido
Maio de 1990 Com tradução do espanhol de Eveline Sambraz