segunda-feira, 30 de abril de 2012

MATIAS JOSÉ

Viva a poesia, vivas aos cravos de Abril!
Poet'anarquista
«A Poesia Está na Rua»
Maria Helena Vieira da Silva

São cravos, d' Abril os cravos
Que se fala com desgosto...
Fizeram dos pobres escravos,
Escorrem lágrimas p'lo rosto!

Eis que vos trago floridos
Cravos vermelhos de Abril,
Regados com águas mil
P’ra não serem esquecidos.
Libertaram-se os oprimidos
Prisioneiros feitos escravos,
Por um Movimento de bravos
Conquistaram-se as liberdades...
Nos campos, vilas e cidades
São cravos, d'Abril os cravos!

Os Ideais estavam traçados
Para a revolução se cumprir,
E os cravos poderem florir
Nos corações esperançados.
Mas vampiros esfomeados
Aos poucos, deixam Abril exposto,
Esse sonho lindo quase morto
Ninguém mais o quis comandar...
É uma Primavera a murchar
De que se fala com desgosto!

Começam então por atraiçoar
Princípios sagrados da revolução,
O sofrimento de uma nação
Quarenta e oito anos a penar.
Abril acaba assim a asfixiar
 Do saque aos últimos centavos,
Portugal então sem chavos
Resolve vender-se à TROIKA...
Está cozinhada a paparoca,
Fizeram dos pobres escravos!

As conquistas fundamentais
Que se julgavam garantidas,
Depressa foram esquecidas
Por governantes irracionais.
Vários danos colaterais
Sempre em sentido oposto,
Aos ideais do Abril proposto
Acabaram por nos tramar...
Vejo um povo a sufocar,
Escorrem lágrimas p'lo rosto!

Matias José

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