domingo, 29 de janeiro de 2012

POESIA - ROBERT FROST

O poeta americano Robert Lee Frost, nasceu em São Francisco, estado da Califórnia, a 26 de Março de 1874. Reconhecido como um dos mais importantes poetas da América do séc. XX, a sua poesia encaixa na perfeição entre o popular e o moderno, o local e o universal. Foi por quatro vezes vencedor do prestigiado prémio internacional Pulitzer. Frost faleceu em Boston, a 29 de Janeiro de 1963.
Poet'anarquista
Robert Frost
Poeta Americano
BIOGRAFIA

Robert Lee Frost nasceu em São Francisco, Califórnia, em 26 de março de 1874.

Foi um dos mais importantes poetas dos Estados Unidos do século XX: recebeu quatro prêmios Pulitzer.

Com a morte do pai em 1885, mudou-se com a família para a Nova Inglaterra, região à qual Frost e a sua poesia seriam permanentemente associados no futuro.

Em 1890, publicou o seu primeiro poema e começou a dar aulas e realizar pequenos serviços em fazendas e moinhos.

A vida que levava nesse período moldou sua personalidade poética: foi um dos poetas norte-americanos que melhor combinou nos seus versos o popular e o moderno, o local e o universal.

Em 1895, casou-se com Elinor White, com quem teve seis filhos. A partir daí passou a envolver-se cada vez mais com a vida no campo: em 1901 já administrava a sua própria fazenda.

A partir de 1906 começou a leccionar em tempo integral na Pinkerton Academy e seguiu proferindo palestras e conferências, actividade que não abandonaria até a morte.

Entre 1912 e 1915 viveu na Inglaterra, onde publicou os seus dois primeiros livros de poemas, «A Boy’s Will» (1913) e «North of Boston» (1914).

Os livros foram bem recebidos pela crítica europeia, e Frost foi apresentado a poetas famosos, como Ezra Pound, Ford Madox Ford e W. B. Yeats.

Em 1915 voltou aos Estados Unidos e publicou os seus dois primeiros livros na terra natal.

A morte da esposa em 1938 e o suicídio da filha Carol em 1940 causaram um impacto tremendo na sua estabilidade emocional.

Em 1941, mudou-se para Cambridge, onde viveria pelo resto da vida, o tempo todo assessorado pela sua secretária Kathleen Morrison, a quem pediu em casamento logo em seguida à morte da esposa, mas Kathleen recusou.

As viagens como conferencista incluíram uma visita ao Rio de Janeiro e São Paulo, em agosto de 1954.

Plenamente reconhecido como um dos maiores poetas norte-americanos do século XX, Robert Frost morreu em 29 de janeiro de 1963.
Fonte: Portal Parsifal

UM PÁSSARO MENOR

Quis, de facto, que o pássaro voasse
E próximo ao meu lar não mais cantasse.

Cheguei à porta para afugentá-lo,
Por sentir-me incapaz de suportá-lo.

Penso que a inteira culpa fosse minha,
E não do pássaro ou da voz que tinha.

O erro estava, decerto, na aflição
De querer silenciar uma canção.

Robert Frost

NUM CEMITÉRIO EM DESUSO

O vivos vêm pisando a grama,
vêm ler no morro as inscrições;
o cemitério ainda os atrai;
os mortos é que não vêm mais.

Os versos nele se repetem:
“Aqueles que hoje vivos vêm
a ler as pedras e se vão
mortos é que amanhã virão.”

Certas da morte as lousas rimam,
mas não sem deixar de notar
que nenhum morto já não vem.
Do que é que os homens medo têm?

Seria fácil ser esperto
e lhes dizer: "Eles detestam
a morte, e já não entram nela."
Talvez caíssem na esparrela.

Robert Frost

PASSANDO INCÓGNITO

É em vão que se ergue a voz, que se suspira
Sob o rumor das folhas, que respira:
Que fazes, entre a sombra secular
Das ramas, ocupado com luz e ar?

Do que a modesta orquídea menos sabes,
Feliz do brilho pouco que lhe cabe,
Que das folhas que a adornam não é dona,
Cuja flor para o solo se flexiona.

Por uma dobra a base lhe arrebatas –
E pareces pequeno ao pé das matas.
Desprende-se uma folha e cai, singela,
Sem trazer o teu nome escrito nela.

Cumpres tua hora e segues adiante.
E as matas ficam, seja como for,
Sem darem pela falta dessa flor
Que tomaste como um troféu do instante.

Robert Frost

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